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PROJETO DE RESTAURO DO CARRILHÃO  DA IGREJA DE SANTO ANTÃO DE ÉVORA

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ÉVORA se destaca na paisagem alentejana como uma cidade que preserva, concentrado em seu núcleo amuralhado, importantes vestígios do que foi, outrora, um território de grande relevância para a história política e cultural portuguesa. Desde o templo romano, aos centenários edifícios religiosos e civis é possível, caminhando pelas ruas desse núcleo, identificar várias dessas edificações como detentores de um importante património ainda a ser revelado.

 

Integrado a esse património destacam-se os seus diversos sinos que, uma vez acionados pelas mãos de sineiros e sineiras, eram responsáveis, desde a Idade Média, por ordenar o tempo, comunicar publicamente variadas notícias, alegrar as festividades, garantir a proteção espiritual, alertar para as intempéries e incêndios, chorar os mortos, regular o trabalho, ordenar a vida monástica e conventual, entre outras funções.

A igreja de Santo Antão surge num contexto de enriquecimento arquitetural e renovação artística de Évora aquando da elevação da cidade a sede de arcebispado, a 20 de Novembro de 1540, sendo o Cardeal-Rei D. Henrique o primeiro arcebispo. Começa a ser edificada em 1557, numa obra dirigida por Manuel Pires, substituíndo a ermida gótica de Santo Antoninho. A obra foi dada por terminada em 1563, mas em 1568 um sismo danificou a Igreja e foram necessárias obras para consolidação das colunas e abóbadas, obras decorridas entre 1570 e 1577, sob a direção do arquiteto Brás Godinho.

 

Em meados do século XIX, a torre sineira do lado nascente recebeu um pequeno carrilhão constituído originalmente por oito sinos fundidos em 1856 por Cândido Roiz Bellas, em Lisboa. Anos antes, a torre do lado poente passou a abrigar os três sinos do antigo relógio instalado por ordem da rainha D. Maria II, em 1835.

Por ser uma igreja anexa à Sé Catedral de Évora no que respeita a benefícios, mas também devido à sua colegiada, a Igreja de Santo Antão revela-se muito importante em relação à sua atividade musical, até pelo menos o século XIX. Ecos dessa atividade é comprovada pela existência de um órgão joanino (realejo) atualmente inativo, localizado no Coro Alto. Entre os músicos e compositores de relevo que exerceram suas atividades em Santo Antão, entre os séculos XVI e XIX, merecem destaque Manuel Mendes, Francisco Velez, Filipe de Magalhães, Francisco de Borja Machado e Francisco José Perdigão.

O Carrilhão da Igreja de Santo Antão

Fundidos em 1856 por Cândido Rodrigues Belas (Lisboa), oitos sinos passaram, em meados do século XIX, a constituir o pequeno carrilhão instalado na torre nascente da Igreja de Santo Antão, em Évora. Com suas altissonantes vozes, esses brônzeos instrumentos integraram a paisagem sonora eborense, principalmente aquela que se ouvia desde a sua principal praça - a Praça do Giraldo. Na década de 1920, após a caída, sem maiores danos, do sino dedicado ao orago da Igreja, outro sino, fundido em 1938 pela Fundição de Sinos Nova Lusitania – H. S. Jeronymo, de Ermesinde, foi instalado, em substituição àquele. Fundidos no ano anterior, foram também adicionados mais três sinos (um deles também em substituição a outro que certamente encontrava-se avariado), da mesma fundição, totalizando 10 instrumentos proporcionando, a partir daí, toques e melodias mais elaborados. Nesse mesmo período foi adicionado um teclado de transmissão, exemplar raro em Portugal.

 

FICHA TÉCNICA

Universidade de Évora - PASEV

 

          Profa. Doutora Vanda de Sá – Coordenadora do Projecto PASEV                    (CESEM-UÉ)

          Profa. Doutora Antónia Fialho Conde – Co-coordenadora do                        Projecto (CIDEHUS-UÉ)

Restauro do Carrilhão de Santo Antão

          Doutor Rodrigo Teodoro de Paula – Investigador Doutorado do                      Projecto PASEV e Coordenador do

Processo de Restauro (CESEM-UÉ)

          João Ricardo – Investigador bolseiro do projeto PASEV (CESEM-UÉ)

          Fundição de Sinos de Braga Serafim da Silva Jerónimo & Filhos Lda

          Arlindo Martins da Silva Jerónimo – Sócio-gerente da Fundição de                Sinos de Braga Serafim da Silva

          Jerónimo & Filhos Lda.

          Carlos Manuel da Costa Jerónimo – Engenheiro responsável pelo              Restauro (Fundição de Sinos de

          Braga Serafim da Silva Jerónimo & Filhos Lda.)

Apoios

          Universidade de Évora, Igreja de Santo Antão

          Tagus Atlanticus-Associação Cultural, Direção           

          Regional de Cultura do Alentejo

          Fundação Eugénio de Almeida / Arquidiocese de Évora 

          Câmara Municipal de Évora 

          Arteria_Lab – Universidade de Évora.

PASEV | Patrimonialization of Évora’s Soundscape . 1540-1910 (ALT20-03-0145 - FEDER-028584. LISBOA-01-0145

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